Parente, te abicora aqui que eu vou te contar um babado forte. Diz que logo depois que o Papai do Céu criou o homem e foi tirar uma palha no sábado, rolou uma reunião de emergência no corpo humano. A galera dos órgãos se juntou numa buca da noite para decidir quem ia ser o patrão, o chefe daquela estrutura toda.
O Cérebro, todo cheio de pavulagem , querendo ser só o filé, já foi logo pedindo a palavra: — “Égua, manos! Quem tem que mandar nessa parada sou eu. Eu que controlo os pensamentos, eu que sou muito cabeça e decido para onde a gente vai. Sem mim, vocês iam ficar tudo lesos, sem rumo!”
Mas as Pernas não deixaram barato e deram um pulo na frente: — “Tu é o bicho, é? Te mete! Quem leva esse corpo para perambular por aí somos nós. Se a gente cruzar os braços (ou as pernas, no caso), o corpo fica embiocado em casa e não sai pra canto nenhum!”
Aí o Coração ficou invocado, batendo forte no peito: — “Ah, miserável! E eu que bombeio o sangue? Se eu parar, já era pra todo mundo!”
Foi aí que virou uma bumbarqueira doida. Era Rim gritando, Pulmão bufando, Fígado reclamando… parecia briga de feira, quase saindo na porrada.
A Revolta do “Injustiçado”
De repente, lá dos fundos, num lugar que nem bate sol, uma vozinha boca miúda se manifestou: — “Eu quero ser o chefe!”
Era o dito cujo… o fiofó!
Rapaz, quando ele falou isso, a cambada de órgãos quase espocou de rir. — “Tu é leso, mano? Tu só serve pra fazer sujeira e fedor! Te orienta!” — gritaram os outros. Fizeram o pobre de cão chupando manga, tiraram a maior onda.
O fiofó, que de besta não tinha nada, ficou carregado na raiva. Resolveu fazer greve. — “É assim? Então tá bom. Vou trancar tudo aqui, não passa nada!” E cumpriu a promessa. Ficou lá, só de bubuia, sem trabalhar.
O Pânico Geral
Não demorou muito pro corpo começar a sentir o tranco. O Cérebro começou a ficar zonzo, vendo visagem e tendo febre. Os Olhos ficaram turvos, o corpo todo começou a ingilhar de mal-estar. Tava todo mundo brocado de dor, uma situação escrota demais.
Ninguém mais aguentava, tavam tudo achando que iam levar o farelo. O corpo tava mais parado que água de poço. Aí não teve jeito, tiveram que engolir o orgulho. Foram lá na caixa prega, onde o fiofó mora, e pediram arrego:
— “Parente, desculpa aí! Tu venceu. Tu manda na parada toda! A gente tava errado, di rocha! Volta a funcionar, pelo amor de Cristo!”
A Moral da História
E assim foi. O fiofó abriu as comportas, o corpo melhorou e ele virou o chefe supremo.
E qual é a lição que a gente tira dessa resenha? Para ser chefe, tu não precisas ser um gênio, nem ter cérebro ou bonitão. Às vezes, basta fazer muita merda… bom, tu sabes o quê, e fazer muita cagada para travar a vida de todo mundo.
Égua, não é mermo verdade?


