Fala, galera! Se tu pensas que o Ver-o-Peso sempre foi essa feirona maceta que a gente conhece, tá muito enganado. Bora matutar um pouco sobre a nossa história, porque aqui o papo é de rocha.

De Onde Veio Essa Pavulagem Toda?
Olha, parente, lá pelos idos de 1600 e bolinha (século XVII), o negócio não era bagunça não. Começou com a tal “Casa de Haver o Peso”. Não era pra vender peixe não, mano! Era um posto fiscal dos portugueses pra cobrar imposto. Onde a gente vê aquela movimentação hoje, os Tupinambás já faziam as trocas deles, perambulando por ali muito antes.
O tempo passou e Belém virou o maior entreposto da Amazônia. Aí, no Ciclo da Borracha, o pessoal ficou cheio da pavulagem, querendo ostentar. Trouxeram o Mercado de Ferro lá da “Zoropa” (Europa), em 1901. O negócio é chique, estilo art nouveau, projetado por uns engenheiros que manjavam muito. E o Mercado de Carne? Outra obra de arte que é o bicho!

O “Pitiú” que Move a Economia
Mano, o Ver-o-Peso não para! É gente peitada (trabalhando) o dia todo. Rola quase 1 milhão de reais por dia ali. É disconforme de dinheiro! Tem uns 5 mil trabalhadores, entre os permissionários e a galera que se vira nos 30.
O Pará é quem manda no peixe, e o Veropa é a vitrine. Tem pirarucu, piraíba, e aquele pitiú característico que a gente respeita (e a Dona Onete canta!). E não é só peixe não, tem:
Açaí (o sangue do paraense!);
Farinha e tucupi pra fazer aquele chibé quando a fome apertar;
Ervas, artesanato e aquelas garrafadas pra quem tá panema tirar o azar.
A Broca e a Resenha
Se tu tás brocado de fome, as boieiras salvam a pátria. É peixe frito com açaí, maniçoba, tacacá… comida que enche o bucho até o tucupi! Mesmo com supermercado e internet, o povo vai pro Ver-o-Peso porque lá a experiência é bacana. É ponto de encontro, de fé (no Círio o bicho pega!) e de cultura.
Os Perrengues e o Futuro (COP 30)
Mas nem tudo são flores, né mana? O lugar tá precisando de um trato. Tem problema de sujeira, os urubus ficam só de mutuca (vigiando), e a estrutura tá meio caída. O povo reclama da higiene e da segurança.
Mas te acalma que vem novidade aí! Com a COP 30 chegando em 2025, vão meter a mão na massa. Tão falando numa reforma de R$ 64 milhões pra deixar tudo climatizado e organizado. A ideia é que o mercado fique chibata pra mostrar pro mundo a nossa força.
O Ver-o-Peso é patrimônio vivo, sumano! É a nossa identidade. Do relojão da praça até o paneiro de açaí, tudo ali conta nossa história. Vamos torcer pra essa reforma indireitar as coisas sem perder a nossa essência, porque o Ver-o-Peso é duro na queda!
Glossário do Caboclo (Pra quem é de fora não ficar boiando)
Pra tu não ficares leso sem entender nada, se liga nas gírias que eu usei, tiradas direto do nosso dicionário oficial:
Parente/Mano/Mana: Forma de tratamento entre amigos e conhecidos.
Maceta: Algo gigante, muito grande.
Pavulagem: Quando a pessoa tá se achando, ostentando.
Só o Filé: Aquilo que é o máximo, muito legal.
Pitiú: Cheiro forte de peixe.
Brocado: Morrendo de fome.
Chibé: Pirão de farinha com água ou caldo.
Panema: Pessoa sem sorte, infeliz ou pescador que não pega nada.
Bacana: Legal, bonito.
Chibata: Muito legal, extraordinário.
Duro na queda: Difícil de ser derrotado, resistente.


