Aldo Sena: O Caboco que faz a Guitarra Chorar – Égua do Som Pai d'Égua!
Égua, meus parentes! Se tu tá aí de bubuia , só coçando, para tudo e presta atenção que o papo hoje é de rocha. Não vou vir com potoca pra cima de ti não. Hoje nós vamos falar de uma lenda viva, um caboco que é o bicho: o grande Aldo Sena!
Se tu não conhece esse homem, mano , só pode ser que tu tá morando lá na caixa prega ou então tu é muito leso. Ele é um dos donos da Guitarrada e da Lambada, aquele que faz a guitarra “chorar” de um jeito que dá até arrepio.
De Igarapé-Miri pro Mundo: O Caboco é Escovado!
O Aldo nasceu lá em Igarapé-Miri, a capital mundial do açaí, em 1957. E olha já : enquanto os moleques lá do sul ficavam perambulando querendo ouvir rock, o Aldo já era escovado. Ele cresceu sintonizando o rádio nas ondas do Caribe, ouvindo Merengue e Cúmbia. O bicho não é fraco não!.
Começou a carreira dele com a banda “Os Populares de Igarapé-Miri”. Te mete!. Ali ele já mostrava que não era meia tigela e ajudou a criar o som que embala nossas festas de aparelhagem até hoje.
A Lambada que “Brotou” e Estourou
Lá pelos anos 80, o negócio ficou chibata. O Aldo Sena partiu pra carreira solo e foi só o filé. Diferente do Mestre Vieira, que tinha um som mais “quebrado”, o Aldo trouxe um balanço romântico, uma coisa assim bem dançante.
Quem nunca dançou “Lambada Complicada” numa festa de aparelhagem tá precisando tomar um banho de cheiro pra tirar a panema! Foi sucesso nacional, parente. Vendeu disco que foi um discunforme de quantidade.
Duro na Queda e os Mestres da Guitarrada
Teve uma época que a lambada deu uma caída, parecia que já era. Mas o Aldo Sena é duro na queda. Lá pros anos 2000, ele se juntou com a nata: Mestre Vieira e Mestre Curica. Formaram a “Santíssima Trindade” da Guitarrada.
Os caras rodaram o Brasil mostrando que aqui no Pará a gente manja demais de música. Fizeram a rapaziada nova, essa galera universitária, respeitar o som dos nossos mestres.
O Homem tá na Ativa!
Hoje em dia, o Aldo Sena continua fazendo show e gravando, mostrando que quem é rei nunca perde a majestade. Lançou até disco novo, tipo o “Jamevú” (que parece até que ele tá dizendo “Já me vu” pra ir embora, mas é música boa!).
Então, borimbora valorizar o que é nosso! Se tu ver o Aldo tocando, tu vai dizer na hora: “Égua, esse caboco manja muito!”. E se alguém falar mal dele perto de ti, manda logo um “te sai” ou “vai te lascar”.
O Aldo Sena é patrimônio nosso, é bacana demais e merece todo o nosso respeito. Agora, pega o beco e vai escutar uma guitarrada que o som é daora!
1. Discografia Detalhada
A discografia de Aldo Sena é dividida em três fases principais: a era dos conjuntos (início), a fase solo explosiva da Lambada (auge comercial) e o renascimento como Mestre da Guitarrada (anos 2000 em diante).
Fase 1: As Raízes e “Os Populares” (Início dos anos 80)
Nesta fase, ele define a sonoridade da guitarrada em Igarapé-Miri.
1980/1981 – Os Populares de Igarapé-Miri (Vários volumes, incluindo sucessos como Melô do Tibúrcio)
Fase 2: Carreira Solo & O Auge da Lambada (Anos 80 e 90)
Onde ele consolida seu nome com álbuns instrumentais que vendiam muito.
1983 – Aldo Sena (LP, Premier/RGE) – Inclui Solo de Craque e Lambada Complicada.
1984 – Aldo Sena e Seu Conjunto (LP, Premier/RGE)
1986 – Aldo Sena e Seu Conjunto (LP, Premier/RGE)
1987 – Aldo Sena (LP, Musicolor/Continental)
1988 – Dance Lambadas (LP, RGE)
1989 – Les Plus Belles Lambadas Brésiliennes d'Aldo Sena (Lançamento internacional na França)
1990 – Dance Lambadas Vol. 3 (LP, RGE)
Fase 3: O Renascimento e Atualidade (Anos 2000 – Presente)
2004 – Mestres da Guitarrada (CD, com Mestre Vieira e Curica) – Um marco cultural.
2008 – Guitarradas do Pará (Com Mestre Curica)
2013 – O Rei da Guitarrada
2021 – Guitarra Tropical (EP)
2023 – Jamevú (Álbum recente, mantendo a sonoridade clássica)
2. Como Tocar os Clássicos (Cifras e Dicas)
Aqui vai o “mapa da mina” para as três músicas que você mencionou. Aldo Sena usa muito a alavanca para vibrar as notas finais e o som geralmente é limpo (clean) com bastante reverb.
A. Lambada Complicada
Esta é o hino. O segredo está no balanço da mão direita e na alternância rápida.
Tom: Si Menor (Bm)
Estrutura da Base (Loop Principal):
| Bm | % | A | % |(Repete o tempo todo, alternando Si Menor e Lá Maior)O Riff (Tablatura simplificada da melodia principal): A melodia principal é construída sobre arpejos rápidos.
Parte A (Bm): Foca nas notas Si, Ré, Fá# (Arpejo de Bm).
Parte B (A): Foca nas notas Lá, Dó#, Mi (Arpejo de A). Dica: A “complicada” do nome vem do fato de que ele alterna o tempo forte. Comece o fraseado sempre buscando a tônica do acorde (Si ou Lá) na corda mais grave do desenho e subindo.
B. Solo de Craque
Uma das mais técnicas. Ela é dividida em várias “partes” ou temas que se repetem.
Tom: Lá Maior (A) e Si Menor (Bm) em momentos chave.
Progressão Harmônica (Base):
| A | E |(Grande parte da música fica nessa troca tônica-dominante)Destaques do Solo:
Tema 1 (Abertura): Começa agudo, geralmente na casa 9 e 12 da corda Si (2ª corda) e Mi (1ª corda).
O “Pulo do Gato”: Há um trecho famoso onde ele faz uma escala descendo cromáticamente ou usando ligados rápidos entre as casas 12, 10 e 9.
Técnica: Muita palhetada alternada. Não tente fazer só com ligadura (hammer-on), o som do Aldo é “pec-pec” (percussivo de palheta).
C. Melô do Tibúrcio
Muitas vezes confundida com músicas do Mestre Vieira, essa faixa é um clássico da época d'Os Populares de Igarapé-Miri, composta/interpretada por Aldo.
Tom: Ré Maior (D)
Base (Harmonia):
| D | Em | A7 | D |(O ciclo clássico: Tônica -> Supertônica -> Dominante -> Tônica)Como Tocar: Diferente das outras, essa tem um balanço mais “carimbó/merengue”.
Tema Principal: Começa na corda Sol (3ª corda), por volta da casa 7 (Nota Ré), subindo para a corda Si. É uma melodia mais “cantada” e menos veloz que a Lambada Complicada.
Dica de Ouro: Use bastante staccato (notas curtas) na palhetada para dar aquele balanço “manco” característico da lambada paraense.

